A água é a principal substância terrestre, compõe grande parte da superfície e de seus organismos, é responsável por controlar o clima, esculpir a terra, diluir resíduos, participar dos processos bioquímicos, além de, nas plantas, ser armazenada principalmente em vacúolos e causar a pressão de turgor que mantém a planta ereta.
Nos vegetais especialmente, a importância de estudar Relações Hídricas se dá pelo seu caráter positivo ou limitador no que se refere ao crescimento e funcionamento da planta, sendo imprescindível como reagente ou substrato da fotossíntese, por exemplo, que permitiu o surgimento e evolução dos organismos aeróbicos (mais evoluídos). Ademias, participam na regulação térmica; na hidrólise do amido em açúcar em sementes germinando; do deslocamento dos gametas no tubo polínico para fecundação e na dispersão de esporos, frutos e sementes de várias espécies.
A água assume todo esse protagonismo por ser uma molécula com características químicas que a concedem um conjunto de propriedades físico-químicas únicas e/ou incomuns quando comparadas a outras substâncias conhecidas, tornando-a o “solvente universal”. Entre tais peculiaridades, estão: estrutura polar, alta força intermolecular, formação de pontes de hidrogênio, alto ponto de fusão, alto ponto de ebulição e, no estado líquido, é quase incolor.
Duas propriedades importante desse solvente, são sua coesão e adesão. A primeira diz respeito a atração intermolecular que ocorre com as moléculas do mesmo tipo, permitindo a formação de pontes de hidrogênio, tensão superficial e força tênsil. A segunda, é gerada pela atração entre grupos polares e as moléculas de água em elementos traqueais ou em um tubo de vidro, que juntamente com outras forças, elucidam um fenômeno chamado capilaridade.
Essa molécula, se movimenta da raiz até a folha, por dois processos básicos, fluxo em massa e difusão. Aquele, define-se como um movimento conjunto de partículas de um fluido em resposta a um gradiente de pressão ou gravidade, sendo exemplificado nas plantas pelo movimento da seiva do xilema que carrega água e sais minerais em resposta a pressão negativa exercida por superfícies transpirantes. Já esta, é um movimento adjacente espontâneo, ao acaso, de partículas individuais que tendem a se espalhar uniformemente no espaço onde estão inseridas. A osmose é um tipo de difusão especial presente em todos os organismos, no qual, através de uma membrana semipermeável, possibilita água e outras partículas pequenas sem carga de se movimentarem em busca do equilíbrio solvente-soluto.
Outros dois conceitos fundamentais são o potencial químico e o potencial de água — potencial de água é igual a soma do potencial osmótico, potencial de pressão, potencial mítrico e potencial gravitacional —, que expressam a capacidade de um sistema aquoso realizar trabalho, sendo conveniente para os fisiologistas, usar apenas o último, devido sua mensuração em pressão ser mais facilitada. Esses são importantes porque predizem o caminho da água no sistema solo-planta-atmosfera, do maior para o menor potencial de água.
A água entra na planta primordialmente por suas raízes, que tem funções de sustentação, armazenamento de reservas, síntese de substâncias e absorção de nutrientes. Ela tem três vias de acesso distintas e/ou complementares: apoplástica (entre as paredes celulares), simplástica (através de plasmodesmos) e transcelular ou transmembrana (através das membranas celulares). Após a entrada, ela se descola para o xilema (estrutura de condução) por meio de três outras teorias ou teorias: pressão positiva da raiz, capilaridade e teoria da coesão e tensão. Primeira ocorre quando há um acúmulo de íons no xilema absorvidos do solo pelas raízes; a segunda é um fenômeno pelo qual um líquido sobe ou se move em um tubo capilar devido à interação de forças como adesão, coesão e tensão superficial da água; a terceira, é a principal teoria que explica o movimento de ascensão desse solvente em maiores distâncias, sendo gerada por uma pressão negativa no xilema induzida pela evaporação da água nas folhas.
A transpiração — perda de água pelas plantas na forma de vapor —, como já citado, comanda o transporte de água pelo xilema, ocorrendo predominantemente pelas folhas (mais de 90%). Todavia, também é considerada um “mal necessário”, por ser extremamente prejudicial à planta quando a mesma perde mais água do que absorve, podendo causar desidratação ou, em casos extremos, levar à morte. Essa perda de água é necessária também porque acontece concomitantemente com a capitação de CO2, crucial à fotossíntese. Quem regula esse processo de ganha e perda são os estômatos, formados por um par de células-guarda com um pequeno orifício central. Seus mecanismos regulatórios e de controle, ainda não são totalmente compreendidos, porém, já se sabe com relativa segurança que estes são controlados por fatores ambientais (nível de água, temperatura, qualidade e intensidade de luz e concentração intracelular de dióxido de carbono) e aqueles pelo K+, Cl-, malato2- e sacarose.
REFERÊNCIAS:
EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E. Biologia Vegetal. 8. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2014. E-book. ISBN 978-85-277-2384-8. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-277-2384-8/. Acesso em: 14 ago. 2023.
KERBAUY, G. B. Fisiologia Vegetal. 3. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2019. E-book. ISBN 9788527735612. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527735612/. Acesso em: 13 ago. 2023.
MILLER, G. T.; SCOTT, E. S. Ciência Ambiental. 3. Ed. São Paulo: Cengage Learning Brasil, 2021. E-Book. ISBN 9786555583922. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786555583922/. Acesso em: 13 ago. 2023.
As plantas têm mecanismos especializados para absorver nutrientes minerais do ambiente inorgânico onde vivem, principalmente por meio de suas raízes. Esses nutrientes são transportados para diversas partes da planta e desempenham funções vitais nas atividades metabólicas e no crescimento dos vegetais. Os vegetais dependem de elementos fundamentais para seu adequado desenvolvimento. Os nutrientes essenciais, como definido por Arnon & Stout (1939), são aqueles que atendem aos três critérios a seguir:
1. O elemento desempenha um papel essencial como constituinte de moléculas ou participa em reações metabólicas cruciais para o funcionamento da planta.
2. A planta não pode completar seu ciclo de vida normal sem esse elemento específico. Sua presença é indispensável para o crescimento, desenvolvimento e reprodução adequados da planta.
3.O elemento possui uma função específica na planta que nenhum outro elemento pode substituir.
Esses minerais essenciais são geralmente classificados como macro ou micronutrientes, dependendo de suas concentrações relativas. Em geral, as concentrações dos macronutrientes (N, P, K, Si, Ca, Mg e S) são mais elevadas do que as dos micronutrientes (Fe, Cu, Zn, Mn, Mo, B, Cl, Ni e Al). Alguns pesquisadores questionaram essa classificação em macro e micronutrientes, sugerindo que os elementos essenciais sejam classificados de acordo com seus papéis bioquímicos e funções fisiológicas.
A divisão proposta está assim organizada:
Grupo 1: Nutrientes essenciais para compostos de carbono, aminoácidos, proteínas, ácidos nucleicos e mais.
Grupo 2: Nutrientes essenciais para armazenagem de energia e integridade estrutural, como açúcares-fosfato e componentes nucleotídicos.
Grupo 3: Nutrientes que permanecem na forma iônica, sendo cofatores enzimáticos e influenciando propriedades mecânicas das células.
Grupo 4: Nutrientes envolvidos em reações redox, como componentes de ferro-proteínas e enzimas redox.
Além disso, existem elementos não essenciais que podem acumular-se nos tecidos vegetais, como alumínio, selênio e cobalto. Para demonstrar a essencialidade de um elemento, é necessário cultivar plantas em solução hidropônica, onde as raízes estão suspensas em uma solução nutritiva, isolando o elemento em investigação.
REFERÊNCIA:
TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
A fotossíntese significa síntese, ou seja, em termos mais simplistas, a produção, por meio da luz e pode ser considerada como um dos processos biológicos mais importantes na Terra. Por liberar oxigênio e consumir dióxido de carbono, a fotossíntese transformou o mundo no ambiente habitável que conhecemos hoje. De uma forma direta ou indireta, a fotossíntese supre todas as nossas necessidades alimentares e nos fornece um sem-número de fibras e materiais de construção. A energia armazenada no petróleo, no gás natural, no carvão e na lenha, que são utilizados como combustíveis em várias partes do mundo vieram a partir do Sol via fotossíntese. (PAULILO. et al, 2015).
A atividade fotossintética das plantas, das algas e de algumas bactérias promove a conversão e o armazenamento da energia solar em moléculas orgânicas ricas em energia, a partir de moléculas inorgânicas simples, como o CO2 e a H2O. Somente esses organismos são capazes de transformar energia luminosa em energia química, aumentando assim a energia livre disponível para os seres vivos como um todo.
Através do fluxo de energia solar, canalizado pela fotossíntese, compostos com baixo nível de energia são convertidos em compostos orgânicos ricos em energia, como os carboidratos. A energia é armazenada nas ligações químicas das moléculas dos carboidratos. Nos cloroplastos, presentes em todas as células fotossintetizantes eucarióticas, a energia radiante absorvida pelos pigmentos fotossintéticos é utilizada para converter CO2 e água em carboidratos e outras moléculas orgânicas. (KERBAUY, G. B., 2008).
O processo pelo qual o gás carbônico é assimilado difere em três tipos a depender do tipo de planta, existindo assim os três mecanismos: C3, C4 e CAM, presentes respectivamente nas plantas conhecidas como: plantas C3, plantas C4 e plantas CAM. É classificada como C3 toda planta que não tenha adaptações fotossintéticas para reduzir a fotorrespiração, enquanto que plantas C4 são aquelas em que as reações dependentes da luz e o Ciclo de Calvin estão fisicamente separados, evitando a perda desnecessárias de água por essas plantas em condições quentes, reduzindo o processo de fotorrespiração.
O último grupo, as plantas CAM ao invés de separar as reações dependentes da luz e o uso do CO2 por local, as plantas CAM separam estes processos no tempo, À noite, plantas CAM abrem seus estômatos, permitindo a difusão do para o interior das folhas. Este CO2 é fixado em oxaloacetato pela PEP carboxilase (a mesma etapa usada pelas plantas C4), e a seguir convertido em malato ou outro tipo de ácido orgânico, por sua vez, o ácido orgânico é armazenado no interior de vacúolos até o dia seguinte. Na luz do dia, as plantas CAM não abrem seus estômatos, mas ainda podem fazer fotossíntese. (KERBAUY, G. B., 2008).
REFERÊNCIAS:
KERBAUY, G. B. Fisiologia vegetal. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 2008.
PAULILO, M. T. S. et al. Fisiologia vegetal. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2015. ilust.
RAVEN, P. H.; EVERT, R. F. & EICHORN, S. E. Biologia Vegetal. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
O floema é um tecido vascular essencial nas plantas, responsável por conduzir nutrientes, compostos orgânicos e informações hormonais entre as diversas partes do organismo vegetal (Crang, Lyons-Sobaski, Wise, 2019). Esse transporte bidirecional ocorre principalmente na forma de seiva elaborada, que é rica em açúcares (principalmente sacarose) produzidos pela fotossíntese que ocorre essencialmente no limbo foliar. A estrutura principal do floema é composta por células especializadas chamadas elementos de tubo crivado, que estão interconectadas para formar tubos crivados contínuos. Estes tubos permitem o transporte eficiente, independente da distância entre a fonte (órgão que fornece o açúcar) e o dreno (órgão consumidor desse composto orgânico) (Kerbauy, 2008). Além dessa configuração das células dos elementos de tubos crivados, ainda há a presença das chamadas células companheiras, fundamentais no suprimento de organelas para as células condutoras no decorrer do seu amadurecimento e funcionalidade (Salamoni, 2008).
A pressão de turgor é um dos principais mecanismos de transporte no floema. À medida que os açúcares são transportados para os elementos de tubo crivado nas folhas, a concentração de solutos aumenta, criando uma pressão osmótica que impulsiona a seiva elaborada para regiões de menor pressão, como raízes, frutos e outras partes em crescimento. Esse fluxo é conhecido como transporte em massa, e pode ocorrer tanto de cima para baixo (fonte para dreno) quanto de baixo para cima (dreno para fonte), permitindo uma distribuição equilibrada de nutrientes em toda a planta, promovendo, assim, a homeostase (o pleno funcionamento morfofisiológico) do organismo (Taiz & Zeiger, 2013).
Além disso, o floema também desempenha um papel fundamental na comunicação entre diferentes partes da planta. Hormônios e sinais químicos podem ser transportados através do floema, coordenando o crescimento, desenvolvimento e respostas a estímulos ambientais. Essa capacidade de transmitir informações em longas distâncias auxilia as plantas na adaptação às mudanças do ambiente e na otimização de suas funções metabólicas. Uma terceira função desse sistema vascular é a sustentação, pois as células que formam o floema são altamente lignificadas e permite que o vegetal alcance tamanhos maiores, e, assim, não colapse sobre seu próprio peso, representando um grande avanço evolutivo nas plantas vasculares (Taiz & Zeiger, 2013; Raven, Evert, Eichorn, 2014).
REFERÊNCIAS:
CRANG, Richard; LYONS-SOBASKI, Sheila; WISE, Robert. Plant Anatomy: a concept-based approach to the structure of seed plants. Berlim: Springer, 2019.
KERBAUY, Gilberto Barbante. Fisiologia Vegetal. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
RAVEN, P. H.; EVERT, R. F. & EICHORN, S. E. Biologia Vegetal. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
SALAMONI, Adriana. Apostila de aulas teóricas de Fisiologia Vegetal. Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). 2008. 62. p.
TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
A respiração vegetal é definida como a oxidação de compostos orgânicos (principalmente glicose) na célula, resultando na liberação de energia química. A respiração pode ser considerada como o reverso da fotossíntese. A fotossíntese fornece ATP (fotofosforilação), NADPH e ferrodoxina reduzida principalmente para redução de CO, mas também é útil para outros processos, como redução e assimilação de nitrogênio e outros precursores intermediários para vias biossintéticas. A respiração é importante para a célula porque fornece energia (ATP, via fosforilação oxidativa), agente redutor NADH, FADH2 e muitos de seus compostos intermediários (esqueleto de carbono), envolvidos na formação de certas moléculas necessárias para o crescimento vegetal. A função da fotossíntese é converter energia luminosa em energia química que as plantas possam usar posteriormente. Portanto, inicia-se com baixo nível energético, levando à síntese de substâncias com alto nível energético, principalmente a glicose. A energia armazenada na glicose não é utilizada pelas centenas de reações químicas que ocorrem na planta, a menos que seja convertida em uma forma utilizável. É aqui que entra a respiração. A energia liberada pela oxidação de moléculas orgânicas é de fato transferida para uma ligação terminal de alta energia do ATP. A energia armazenada na forma de ATP é usada para que as reações químicas intensivas em energia possam ocorrer. A oxidação da glicose a CO2 e água é dividida em três etapas principais: Glicólise, ciclo de Krebs (ou ácido tricarboxílico) e cadeia transportadora de elétrons.
REFERÊNCIAS:
KERBAUY, G.B. Fisiologia vegetal. 2. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 2008.431 p.
TAIZ, L; ZEIGER, E MOLLER. 1. A ; MURPHY, A. Fisiologia e desenvolvimento vegetal. Tradução Alexandra Antunes et al. 6. ed. Porto Alegre, RS: Art- med, 2017. 858p
Hormônios atuam como mensageiros químicos, originados em uma célula, e influenciam processos celulares em outras células através de interações com proteínas exclusivas. Estas proteínas receptoras estão vinculadas à via de transdução e sinalização celular. No reino vegetal, semelhantes aos animais, muitos hormônios são produzidos em um tecido e podem agir em locais específicos em outros tecidos. São conhecidos como hormônios vegetais, fito-hormônios ou substâncias de crescimento vegetal. As principais classes de hormônios vegetais incluem auxinas, giberelinas, citocininas, etileno e ácido abscísico (TAIZ; ZEIGER, 2010). Quando sintetizados artificialmente, são referidos como reguladores vegetais, como auxinas, giberelinas, citocininas, etileno, inibidores de crescimento e estimulantes vegetais.
Os hormônios vegetais desempenham papéis fundamentais no crescimento, desenvolvimento e resposta das plantas a estímulos ambientais. A auxina é crucial para o crescimento das partes apicais das plantas, como os brotos e raízes, bem como para a fototropia e geotropia. As citocininas promovem a divisão celular e são responsáveis pelo crescimento de brotos laterais, retardando o envelhecimento das folhas e promovendo a formação de cloroplastos. Isso influencia a ramificação e o crescimento geral da planta. As giberelinas estimulam o alongamento celular, promovendo o crescimento do caule e das folhas. Elas também são essenciais para a germinação das sementes, regulação do tamanho das folhas e desenvolvimento floral.
O ácido abscísico é vital para a resposta das plantas ao estresse, como a seca, regulando o fechamento dos estômatos e a inibição do crescimento. Além disso, o ácido abscísico induz a dormência das sementes e a queda de folhas. O etileno é um gás que influencia a maturação de frutas, a abscisão de folhas e frutos e a resposta a lesões. Ele também desempenha um papel na regulação da resposta das plantas a estresses bióticos e abióticos. Esses hormônios vegetais trabalham em conjunto para coordenar o crescimento, desenvolvimento e adaptação das plantas ao ambiente, permitindo que elas respondam de maneira adequada às mudanças nas condições ambientais e internas.
REFERÊNCIA:
TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
Ao contrário do que muitos pensam, as plantas podem apresentar alguns tipos de movimentos, os quais podem ser influenciados pela à ação da auxina (AIA) o principal hormônio de crescimento das plantas ou de fatores ambientais, tais como a luz do sol, gravidade, substâncias químicas ou choques mecânicos. Estes movimentos podem ser do tipo tropismo e nastismos. A principal diferença entre eles está relacionado ao direcionamento da movimentação, em que o tropismo se trata do crescimento das plantas direcionado em resposta a um estímulo externo, que podem ser positivos, quando o crescimento ocorre em direção ao estímulo e negativo quando acontece contrário a ele. Existem alguns tipos de tropismos, como o fototropismo que se trata do movimento orientado pela luz, em que o caule apresenta fototropismo positivo uma vez que, ele cresce em direção ao estímulo, isso se deve a ação da auxina que é um hormônio fotofóbico e faz com que haja a curvatura do caule e fototropismo negativo nas raízes, em que a mesma cresce em direção contrária a luz. Podemos ter ainda o gravitropismo que é o movimento orientado pela gravidade, onde o caule se apresenta com gravitropismo negativo, crescendo em direção contrária ao estímulo e as raízes gravitropismo positivo, tendo seu desenvolvimento em direção a gravidade. Outros tipos de tropismo: Tigmotropismo, são respostas de crescimento orientadas pelo contato; hidrotropismo, é a resposta ao gradiente de água e o quimiotropismo, direcionamento induzido por respostas químicas.
O nastismo é um movimento que as plantas realizam onde elas dependem de um estímulo, mas não vai ter uma orientação, diferente do tropismo. Portanto eles não são classificados nem como positivos e nem como negativos. Sendo assim dependem da simetria interna do órgão, que devem ter disposição dorso - ventral como as folhas dos vegetais. Os nastismo são movimentos basicamente encontrados no ciclo circadiano da planta, ou seja, vai haver períodos em que as plantas vão abrir suas flores durante a noite e durante o dia ela se fecha, e cerca de um dia depois inicia seu ciclo de abertura da flor novamente, esse movimento leva o nome de Termonastismo, responsável pelo fechamento e abertura da flor. Existe também os movimentos que estão relacionados aos estímulos não circadianos, ou seja, ao tocar a planta Mimosa pudica (dormideira) ela imediatamente se fecha, graças aos pulvinos, são estruturas sensíveis ao toque. Existe os movimentos que são causados por crescimento diferencial: Epinastismo, que corresponde ao movimento de curvatura de um órgão para baixo, causado por uma taxa de crescimento maior no lado superior do que no lado inferior; Hiponastismo, corresponde à curvatura de órgão para cima devido a uma maior taxa de crescimento na parte inferior do órgão, tendo auxilio da giberelina; e o Termonastismo, Movimentos repentinos acionados por diferenças de temperatura. E os movimentos causados por variação de turgor: Nictinastismo, movimento em que as folhas que assumem uma posição noturna daquela apresentada durante o dia (movimento de "sono"), em resposta à luz; Hidronastismo, corresponde ao dobramento ou enrolamento de folhas em respostas à falta de água (estresse hídrico); Tigmonastismo é o movimento nástico em resposta a estímulos mecânicos.
REFERÊNCIA:
KERBAUY, Gilberto Barbante. Fisiologia Vegetal. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
A reprodução sexual das plantas é um processo vital que envolve a formação de novas plantas a partir da combinação de material genético de duas células sexuais especializadas, o óvulo e o grão de pólen. Esse processo é crucial para a variabilidade genética das populações vegetais e desempenha um papel fundamental na evolução e adaptação das espécies. Esse processo é divido em três etapas sendo eles: “Polinização e fertilização e início do desenvolvimento”, “Divisão celular e formação da semente e do embrião” e “Expansão celular, crescimento do fruto e maturação do embrião”. A maturação do fruto é um processo complexo que envolve mudanças físicas, químicas e fisiológicas em um fruto à medida que ele se desenvolve de uma estrutura imatura para uma que esteja pronta para a dispersão das sementes. Esse processo é fundamental para garantir que as sementes dentro do fruto estejam prontas para germinar e estabelecer novas plantas.
Os principais aspectos da maturação do fruto incluem: Acúmulo de Nutrientes, Mudanças na Cor, Mudanças na Textura, Produção de Aromas, Liberação de Etileno e Desenvolvimento de Sementes. Outro aspecto importante para a reprodução das plantas é o fotoperiodismo, onde a duração do período de luz e escuridão influencia os estágios de desenvolvimento floral no ciclo de vida das plantas. Algumas plantas florescem quando o dia é curto, outras florescem quando o dia é longo, e algumas não são afetadas. Junto a esse processo, há uma proteína de recepção luminosa capaz de reconhecer a luminosidade e projetar sinais em resposta a essa frequência luminosa. Este pigmento fotorreceptor é projetado em duas formas diferentes sendo o Pfr sua forma mais físiologicamente ativa do fitocromo. Diferentes fitocromos promovem respostas diferentes. O fitocromo é o principal responsável promotor do florescimento em plantas a partir da emissão de sinais e transcrição de genes promotores do florescimento. No processo de floração há início de sequências de divisões mitóticas do meristema apical e subsequente formação dos verticilos florais. Esse desenvolvimento é regulado por genes específicos. A evocação floral pode ser denominada em três diferentes tipos: autônoma, obrigatória (ou qualitativa) e facultativa (ou quantitativa). O estágio de germinação, envolve uma série de eventos complexos que ocorrem desde o momento em que uma semente é ativada até a formação de uma planta jovem.
Os principais hormônios nessa etapa são o ácido abscisico responsável por causar a dormência na semente e o hormônio da giberilina por quebra essa dormência dando inicio ao crescimento do embrião. Na germinação temos duas etapas importante para o final desse processo sendo a embebição responsável por reativar todos os processos metabólicos da semente e a extensão da radícular e que que marca o final da germinação. A fisiologia da germinação é altamente influenciada por fatores ambientais, como temperatura, umidade e disponibilidade de oxigênio. Cada espécie de planta possui requisitos específicos para a germinação ideal. Esse processo é crucial para a sobrevivência das plantas, pois permite a transição de uma fase dormente. Para a fase de crescimento ativo de uma planta jovem capaz de realizar fotossíntese e absorver nutrientes do ambiente circundante. Após concluir seu ciclo de vida, a planta passa pelo seu último estágio antes da morte permanente: o processo de senescência. É um processo natural de envelhecimento e declínio das células, tecidos, órgãos ou organismos inteiros ao longo do tempo. Sendo classificado em três diferentes tipos de senescência: Morte celular programada, senescência de órgãos e senescência da planta inteira. Por fim, embora a senescência seja frequentemente associada à morte das partes envelhecidas da planta, esse processo desempenha papéis importantes na alocação de recursos, na liberação de nutrientes e na adaptação às mudanças sazonais. Além disso, a senescência também está ligada à produção de compostos de defesa, que podem ser úteis para a proteção contra patógenos e herbívoros. Finalizando, portanto, o ciclo reprodutivo das plantas.
REFERÊNCIAS:
KERBAUY, Gilberto Barbante. Fisiologia Vegetal. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.